Segundo alguns dicionários, “passado” é aquilo que o tempo fez envelhecer, deteriorar. Pensando assim, muitas pessoas tendem olhar para o futuro, gostar do futuro, pensar como o futuro. Máquinas de escrever, cartas, televisões preto e branco, discos de vinil... Enfim, tudo isso são motivos de risadas. Porque hoje temos computadores, e-mails, televisões de plasma e mp3. Para que ouvir The Beatles se temos Lady Gaga? Para que ouvir Legião urbana se temos Restart? Para dizer a verdade, não havia falta de emoção quando nossos avós esperavam dias para receber uma carta do (a) namorado (a), quando iam à casa da família mais rica do bairro, bem vestidos e com perfume, para assistir a rara televisão de imagem preto e branco, quando tinham que comprar uma nova agulha para o toca discos ou quando compravam um disco e o carregavam em uma sacola enorme com um extremo sorrido no rosto e loucos para chegar em casa para poder ouvi-lo, e quando tínhamos que rebobinar o VHS. Tempos que não voltam mais...Realmente não voltarão. E nossos avós guardam nas memórias com saudades tudo isso. E muitos de nós guardamos na memória esses tempos que não vivemos, mas queríamos viver. O correto, ou talvez não (porque é sociedade que diz ser correto) seria pensarmos sempre para frente, vivermos os momentos. Socialmente, essa lógica se encaixa, mas será que culturalmente se encaixaria? Sim, até porque o social vive em parceria com o cultural. Mas hoje não tanto assim em meu ponto de vista, o grande problema é a falta de conteúdo. Se há tantos problemas sociais hoje, por que a cultura não embute isso? Seria uma ótima pergunta...Até porque não sabemos responde-la. Segundo Mário de Andrade “O passado é lição para refletir, não para repetir”. Faz sentido, mas a cultura está extremamente pobre atualmente, porque a moda é cópia, as músicas são completamente sem fundamentos, a arte...Qualquer coisa é arte! Não é preciso copiar o passado, nada se encaixaria, imagine você se perfumar para assistir a televisão do visinho. Mas segundo George Santayana "Aqueles que não se lembram do passado estão condenados a repeti-lo.” Não é a toa que Collor foi eleito ano passado.
